Com a popularidade em baixa, a capacidade de Jerônymo Siqueira (PL), prefeito de São Miguel do Araguaia, de acumular votos para deputados, governo e senadores em 2026 começa a ser colocada em dúvida por fontes ligadas ao Paço Municipal.
Há sete meses e dez dias à frente da gestão, Jerônymo é visto por parte da população como um prefeito “decente” e empenhado em reformatar a máquina pública, reduzindo gastos e travando uma campanha dura contra drogas e prostituição, especialmente no distrito turístico Luís Alves, às margens do Rio Araguaia. Mas as medidas têm desagradado líderes políticos locais, gerando resistências internas.
A polêmica mais recente gira em torno da suposta compra de uma casa avaliada em R$ 4,5 milhões em um condomínio da cidade. “É um valor alto, mesmo para Goiânia, onde há imóveis no Alphaville que custam menos”, ironizou um político local. Segundo três lideranças ouvidas, o prefeito precisa explicar de onde vieram os recursos. “É caso para CPI e para o Ministério Público investigar”, reforçou outro.
Um aliado, por sua vez, apresentou uma versão diferente: o imóvel teria sido adquirido por R$ 1 milhão em dinheiro, mais uma caminhonete Dodge avaliada em R$ 400 mil, e o restante seria pago em dez parcelas de R$ 100 mil. Para ele, a negociação “nada tem a ver com a prefeitura” e estaria dentro da capacidade financeira pessoal do gestor.
Enquanto aliados defendem a lisura da transação, opositores prometem cobrar “esclarecimento e transparência” sobre a mansão milionária. Em meio às resistências políticas e às suspeitas que circulam, Jerônymo Siqueira terá de provar que sua imagem de gestor austero é compatível com a vida de luxo que, ao menos por enquanto, está em xeque.
