A 2ª Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Araguaína apresentou nesta semana os resultados das investigações sobre o assassinato do empresário José Paulo Couto, de 75 anos. A vítima foi encontrada morta no dia 10 de julho, sob uma ponte na Avenida Frimar, enrolada em panos e carpetes, com evidentes sinais de violência.
De acordo com as autoridades, o crime foi cometido por uma mulher de 45 anos, que mantinha um relacionamento com o empresário. Ela está presa temporariamente e confessou o assassinato em depoimento à Polícia Civil. A motivação do crime teria sido uma discussão em torno da decisão do empresário de terminar o relacionamento e reduzir um auxílio mensal que repassava à autora. A irmã dela, de 43 anos, também é investigada por ter ajudado na ocultação do corpo.
O delegado responsável pelo caso, Adriano Carvalho, afirmou que o trabalho de investigação foi intensivo e contou com a atuação integrada de várias equipes da Polícia Civil. “Esse foi um trabalho conjunto. O crime causou comoção na cidade e exigia uma resposta rápida e eficaz da polícia”, declarou.
O laudo necroscópico confirmou que a morte foi causada por asfixia mecânica por estrangulamento. Além disso, foram identificadas perfurações por faca, fraturas e cortes que indicam sinais de tortura. A vítima foi amarrada pela autora, segundo a investigação.
A polícia também apurou que a mulher pediu ajuda a uma terceira pessoa para remover o veículo da vítima de sua residência e levá-lo até um terreno baldio, onde foi encontrado horas depois do corpo. A suspeita teria alegado que havia adquirido o carro recentemente e precisava de alguém para conduzi-lo. O veículo foi localizado com as placas adulteradas com fita adesiva. Segundo a polícia, essa pessoa, até o momento, não tinha conhecimento do crime.
A autora do homicídio ainda confessou que se desfez das joias e do celular da vítima e chamou a irmã para ajudá-la a abandonar o corpo. O celular dela foi apreendido e o inquérito policial será concluído e encaminhado à Justiça dentro do prazo legal. A prisão temporária foi decretada pela 1ª Vara Criminal de Araguaína e tem validade de 30 dias, conforme previsto para crimes hediondos.
O secretário de Segurança Pública do Tocantins, Bruno Azevedo, destacou a atuação rápida da Polícia Civil como reflexo do comprometimento da corporação. “As equipes atuam com agilidade e rigor. O curto tempo para a elucidação deste caso mostra claramente o quanto nossos profissionais estão empenhados em garantir a segurança da população”, afirmou.
Criminalidade em queda em Araguaína
Durante a coletiva, as autoridades também apresentaram dados positivos relacionados à segurança pública no município. No primeiro semestre de 2025, Araguaína registrou queda em diversos indicadores de crimes violentos.
Os homicídios tiveram redução de 12,5% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Foram 16 registros nos primeiros seis meses de 2024, contra 14 em 2025. Os crimes sexuais também apresentaram queda: os estupros contra vulneráveis caíram 7,84%, de 51 para 47 casos; os estupros sem envolvimento de vítimas vulneráveis recuaram 28,57%; e os casos de importunação sexual tiveram queda de 42,86%, passando de 14 para 8 ocorrências. A divulgação de cenas de abuso sexual na internet caiu 75%.
O número de roubos também caiu, com uma redução de 9,17% — de 229 casos em 2024 para 208 em 2025. Já o estelionato, crime com maior número de registros na cidade, teve queda de 6,45% no mesmo período, passando de 1.163 para 1.088 ocorrências.
