A Prefeitura de Palmas, por meio da Secretaria Extraordinária de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Seirdh), apresentou o programa ‘Palmas Capital da Capoeira’ na plenária da Câmara Municipal de Palmas, durante a I Audiência Pública para fortalecimento do movimento na cidade, realizada na manhã desta quinta-feira, 24.
Na ocasião, o secretário da pasta, Eduardo de Azevedo, também apresentou aos 200 capoeiristas presentes quatro projetos desenvolvidos pelo órgão. Segundo o gestor, a Secretaria buscará recursos para viabilizar educação, transporte, materiais, instrumentos e espaços físicos em benefício da capoeira na Capital.
“Esse trabalho de fortalecimento da capoeira em Palmas é um pedido direto do prefeito Eduardo Siqueira Campos. Ele, que também é capoeirista, pediu que eu viabilizasse formas de que as políticas públicas alcançassem este grupo e é isso que estamos fazendo”, relatou o secretário, ao celebrar o momento histórico que foi a realização da audiência.
O momento também foi celebrado pelo presidente da Federação de Capoeira do Tocantins (Fecatins), Jackson Rodrigues, o Mestre Índio. Ele destacou a importância da audiência pública e agradeceu o apoio recebido pelo prefeito Eduardo Siqueira Campos. “A Capoeira de Palmas está se fortalecendo, ganhando mais aproveitamento e se estendendo para além da Capital”, afirmou ao anunciar que, a partir desta I Audiência na Capital, outras já estão agendadas para serem realizadas em municípios como Barrolândia, Paraíso do Tocantins, Porto Nacional, Fátima e Ponte Alta.
Uma das idealizadoras da audiência pública, a co-vereadora Thamires Lima, do Coletivo Somos, destacou o caráter inédito e simbólico da iniciativa. “Essa Casa tem 35 anos, e nesses 35 anos é a primeira vez que ocorre uma audiência pública em prol da capoeira”, afirmou. Thamires ressaltou ainda o compromisso do coletivo com a escuta das comunidades e com a transformação das demandas em políticas públicas efetivas. “Essa escuta vai gerar um documento que estaremos apresentando aos demais vereadores e aos órgãos públicos competentes, para que não fique apenas no papel”, pontuou.
Representando a Associação Brasileira dos Professores de Capoeira (ABPC), o delegado da entidade no Tocantins, Raphael Vieira, o Mestre Cego, apresentou uma pesquisa acadêmica sobre a história e a atuação da capoeira no Estado. Em sua fala, ele destacou o processo de criminalização que a capoeira enfrentou no passado e celebrou o momento atual como uma virada simbólica. “Estamos na Casa de Leis para construir legislações em prol da capoeira. Estamos mudando historicamente todo esse processo que a capoeira sofreu”, afirmou. Mestre Cego defendeu ainda a inclusão da capoeira nas escolas como ferramenta de educação e valorização da cultura afro-brasileira.