A poucos dias das eleições municipais, a entrega de cestas básicas no CRAS de Alvorada gerou suspeitas de irregularidades, com a possível utilização das cestas como uma tentativa de compra de votos. O fato ocorreu nesta quarta-feira, 2 de outubro, apenas quatro dias antes do pleito, e rapidamente chamou a atenção da população e das autoridades.
A origem das cestas básicas está relacionada a um pregão presencial para aquisição de 4.000 mil cestas básicas realizado em 10 de setembro de 2024, destinado ao “Registro de Preços para Aquisição de Cestas Básicas para Atender Usuários do SUAS (Sistema Único de Assistência Social).” Quatro empresas foram credenciadas para fornecer as cestas, e o processo foi concluído legalmente. Entre as empresas credenciadas estão DJ Distribuidora LTDA e Super Vitória LTDA, que foram avaliadas durante o pregão e autorizadas a fornecer os produtos.
Veja o boletim de ocorrência (Ocorrência Protocolo: 3055600131)

No entanto, a entrega das cestas básicas no CRAS, às vésperas das eleições, gerou uma denúncia anônima que levantou suspeitas de que os alimentos poderiam estar sendo utilizados para fins eleitorais. A Polícia Militar foi acionada e compareceu ao local, onde identificou o motorista Antônio Pereira Pequeno, responsável pela entrega, e o prefeito de Alvorada, Paulo Antônio, que também esteve presente. O prefeito explicou que as cestas estavam sendo entregues de acordo com uma licitação regular para atender famílias carentes do município.

Nota fiscal divergente
A Secretaria da Fazenda (SEFAZ) foi acionada para verificar a legalidade das notas fiscais apresentadas. Após conferência inicial, o auditor fiscal Salomão Pinheiro Coelho encontrou divergências nas notas, o que levou a uma investigação mais detalhada, com o encaminhamento do caso para a Delegacia Fiscal.
MP investiga o caso
Diante das suspeitas e das circunstâncias, o Ministério Público (MP) foi informado e abrirá uma investigação para apurar se houve desvio de finalidade na entrega das cestas básicas. O MP analisará se houve utilização dos recursos assistenciais com o intuito de influenciar o eleitorado, configurando crime eleitoral. A atuação do MP visa garantir que o processo eleitoral transcorra de forma justa e transparente, sem interferências indevidas.
O fato de a entrega ocorrer tão próxima às eleições levantou questionamentos sobre a real finalidade dos produtos e provocou um alerta entre as autoridades e a população. A investigação agora segue em curso para esclarecer se houve ou não irregularidades nesse processo e se as cestas básicas foram distribuídas de forma legal, sem ligação com o processo eleitoral.
As autoridades competentes prometem transparência e agilidade na resolução do caso, enquanto o clima político em Alvorada se aquece ainda mais com a proximidade do dia das eleições, marcado para o próximo domingo, 6 de outubro.
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